Fecho do oceano Rheic
O Monumento Natural Local das Relíquias do Rheic das Pedras Ruivas apresenta vários interesses geomorfológicos principais como o residual e o tectónico, e outros, como o periglaciário, o paleontológico, o geocultural, o mineralógico e o ecológico. Esta é uma área-chave que preserva elementos essenciais à interpretação da hidrodinâmica do Rheic, nomeadamente os processos sedimentares operados no seu fundo areno-lodoso (marcas de ondulação e laminações fossilizadas) e da paleobiodiversidade instalada (icnofósseis de arenícolas – Scolithus sp. e de trilobites - Cruziana sp.) (Carvalhido, 2012).
Da forma como se processou e evoluiu o fecho do Rheic (cf. Monumento Natural Local do Alcantilado de Montedor) conservam-se alguns registos invariavelmente marcados pela sobreposição de vários episódios da tectónica tangencial dominante, em especial durante as fases de deformação varisca D1 e D3 (Pamplona, 2001). Estes eventos foram responsáveis pelos principais aspetos da geometria de deformação dos metassedimentos, como a estrutura em dominó e sigmoidal, e as dobras isoclinais dos quartzitos da Fm. De Sta Justa, e das dobras em kink dos xistos da Fm. de Valongo (cisalhamento sinestrógiro sin-D1). O cisalhamento dextrógiro sin-D3 foi responsável pelo controlo da instalação de corpos filonianos por distensão local.
Nesta área também se conservam testemunhos, que à escala de tempo geológico, são muito recentes. Para além dos topos aplanados dos rochedos e que são os restos das praias que existiam por altura do último período interglaciar (há cerca de 125 mil anos), estão conservados os sedimentos de uma antiga lagoa que perdurou na paisagem por cerca de 7 mil anos (de há 18000 a 11000 anos), alimentada das águas de fusão primaveril das neves das encostas locais (Carvalhido, 2012).
Referências bibliográficas:
O Monumento Natural Local das Relíquias do Rheic das Pedras Ruivas apresenta vários interesses geomorfológicos principais como o residual e o tectónico, e outros, como o periglaciário, o paleontológico, o geocultural, o mineralógico e o ecológico. Esta é uma área-chave que preserva elementos essenciais à interpretação da hidrodinâmica do Rheic, nomeadamente os processos sedimentares operados no seu fundo areno-lodoso (marcas de ondulação e laminações fossilizadas) e da paleobiodiversidade instalada (icnofósseis de arenícolas – Scolithus sp. e de trilobites - Cruziana sp.) (Carvalhido, 2012).
Da forma como se processou e evoluiu o fecho do Rheic (cf. Monumento Natural Local do Alcantilado de Montedor) conservam-se alguns registos invariavelmente marcados pela sobreposição de vários episódios da tectónica tangencial dominante, em especial durante as fases de deformação varisca D1 e D3 (Pamplona, 2001). Estes eventos foram responsáveis pelos principais aspetos da geometria de deformação dos metassedimentos, como a estrutura em dominó e sigmoidal, e as dobras isoclinais dos quartzitos da Fm. De Sta Justa, e das dobras em kink dos xistos da Fm. de Valongo (cisalhamento sinestrógiro sin-D1). O cisalhamento dextrógiro sin-D3 foi responsável pelo controlo da instalação de corpos filonianos por distensão local.
Nesta área também se conservam testemunhos, que à escala de tempo geológico, são muito recentes. Para além dos topos aplanados dos rochedos e que são os restos das praias que existiam por altura do último período interglaciar (há cerca de 125 mil anos), estão conservados os sedimentos de uma antiga lagoa que perdurou na paisagem por cerca de 7 mil anos (de há 18000 a 11000 anos), alimentada das águas de fusão primaveril das neves das encostas locais (Carvalhido, 2012).
Referências bibliográficas:
Localização
Este local deve ser visitado com alguma precaução, pois dependendo das condições marítimas, o geossítios podem não estar visíveis. Procure visitar em maré vaza e com o mar tranquilo.
Coordenadas
Lat: 41,6947628
Long: -8,8500548
Recuperação Ecológica
Pelo Presidente da Câmara foi apresentada a proposta que seguidamente se transcreve:- "PROPOSTA - Protocolo de Cooperação no âmbito do Progama de Reabilitação de Áreas Classificadas do concelho de Viana do Castelo - Responsabilidade ambiental no âmbito das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo"
-No âmbito da Estratégia Municipal para a Conservação da natureza, plano inscrito na Agenda de Ambiente e Biodiversidade em curso para o quadriénio 2017-2021, a Câmara Municipal elaborou o Programa de Reabilitação Ecológica das Áreas Classificadas do concelho, nesta 1ª fase, com incidência em 5 dos 13 Monumentos Naturais, áreas únicas para o conhecimento da história geológica da Península Ibérica desde há mais de 500 milhões de anos e que fazem parte da candidatura que o Município está a preparar para reconhecimento de território Geoparque Mundial da UNESCO. Viana do Castelo é um território rico do ponto de vista do Património Natural e Cultural, com cerca de 4.800 hectares especificamente designados para a proteção de habitats da fauna e da flora (3 sítios de importância comunitária da Rede Natura 2000), sendo o único concelho do país com o inventário do património geológico concluído e devidamente classificado com 13 monumentos naturais, perfazendo uma área total de cerca de 2.832 hectares. O programa de recuperação que foi elaborado sustentou uma candidatura ao PO SEUR, com aprovação do valor global de investimento de 500 mil euros, financiado a 85%, com implementação em 2020 e 2021. As intervenções de recuperação ecológica que se pretendem realizar preveem ações de erradicação e controlo de espécies exóticas, principalmente de Acacia dealbata (Mimosa), Acacia longifolia (Acácia-de-espigas) e Acacia Melanoxylon (Austrália), Carpobrotus edulis (chorão das praias), Arundo donax (cana gigante), Trandescantia fluminencis (erva-da-fortuna ou tradescância) e Cortaderia selloana (erva das pampas ou plumas). Para além destas ações, sustentadas num inventário exaustivo realizado pelo Município para aquelas espécies, o programa inclui ações de promoção de literacia científica à população e a densificação da estratégia de Ciência Cidadã do Município, alargando a plataforma Bioregisto à cartografia de vegetação invasora, em colaboração com o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (invasoras.pt). Complementarmente, estão previstas ações de plantação nas áreas a intervencionar ecologicamente, nomeadamente espécies nativas como o Carvalho, o Pinheiro, o Pilriteiro, a Azinheira, a Bétula ou a Urze, entre outras, no âmbito do Ano Municipal da Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, atualmente em curso. Por forma a garantir a perenidade do sucesso da intervenção e o investimento realizado, o programa de reabilitação prevê o envolvimento do tecido social e empresarial, e no âmbito da responsabilidade ambiental das instituições, por forma a que estas se possam responsabilizar pela manutenção da qualidade ecológica do todo ou de partes das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo. O programa de reabilitação ecológica das áreas classificadas de Viana do Castelo - 1ª fase - foi realizado com a colaboração das Juntas de Freguesia de Afife, Carreço, Darque, Vila Nova de Anha e de Santa Marta de Portuzelo, e ainda com as Uniões de Freguesia de Mazaferes e Vila Fria e União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela. Foram igualmente parceiras a Associação de Caçadores de Vila Nova de Anha e a Comissão Diretiva dos Baldios da Montaria.
Pelo Presidente da Câmara foi apresentada a proposta que seguidamente se transcreve:- "PROPOSTA - Protocolo de Cooperação no âmbito do Progama de Reabilitação de Áreas Classificadas do concelho de Viana do Castelo - Responsabilidade ambiental no âmbito das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo"
-No âmbito da Estratégia Municipal para a Conservação da natureza, plano inscrito na Agenda de Ambiente e Biodiversidade em curso para o quadriénio 2017-2021, a Câmara Municipal elaborou o Programa de Reabilitação Ecológica das Áreas Classificadas do concelho, nesta 1ª fase, com incidência em 5 dos 13 Monumentos Naturais, áreas únicas para o conhecimento da história geológica da Península Ibérica desde há mais de 500 milhões de anos e que fazem parte da candidatura que o Município está a preparar para reconhecimento de território Geoparque Mundial da UNESCO. Viana do Castelo é um território rico do ponto de vista do Património Natural e Cultural, com cerca de 4.800 hectares especificamente designados para a proteção de habitats da fauna e da flora (3 sítios de importância comunitária da Rede Natura 2000), sendo o único concelho do país com o inventário do património geológico concluído e devidamente classificado com 13 monumentos naturais, perfazendo uma área total de cerca de 2.832 hectares. O programa de recuperação que foi elaborado sustentou uma candidatura ao PO SEUR, com aprovação do valor global de investimento de 500 mil euros, financiado a 85%, com implementação em 2020 e 2021. As intervenções de recuperação ecológica que se pretendem realizar preveem ações de erradicação e controlo de espécies exóticas, principalmente de Acacia dealbata (Mimosa), Acacia longifolia (Acácia-de-espigas) e Acacia Melanoxylon (Austrália), Carpobrotus edulis (chorão das praias), Arundo donax (cana gigante), Trandescantia fluminencis (erva-da-fortuna ou tradescância) e Cortaderia selloana (erva das pampas ou plumas). Para além destas ações, sustentadas num inventário exaustivo realizado pelo Município para aquelas espécies, o programa inclui ações de promoção de literacia científica à população e a densificação da estratégia de Ciência Cidadã do Município, alargando a plataforma Bioregisto à cartografia de vegetação invasora, em colaboração com o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (invasoras.pt). Complementarmente, estão previstas ações de plantação nas áreas a intervencionar ecologicamente, nomeadamente espécies nativas como o Carvalho, o Pinheiro, o Pilriteiro, a Azinheira, a Bétula ou a Urze, entre outras, no âmbito do Ano Municipal da Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, atualmente em curso. Por forma a garantir a perenidade do sucesso da intervenção e o investimento realizado, o programa de reabilitação prevê o envolvimento do tecido social e empresarial, e no âmbito da responsabilidade ambiental das instituições, por forma a que estas se possam responsabilizar pela manutenção da qualidade ecológica do todo ou de partes das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo. O programa de reabilitação ecológica das áreas classificadas de Viana do Castelo - 1ª fase - foi realizado com a colaboração das Juntas de Freguesia de Afife, Carreço, Darque, Vila Nova de Anha e de Santa Marta de Portuzelo, e ainda com as Uniões de Freguesia de Mazaferes e Vila Fria e União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela. Foram igualmente parceiras a Associação de Caçadores de Vila Nova de Anha e a Comissão Diretiva dos Baldios da Montaria.
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A Península Ibérica faz parte do domínio interno da Cadeia Varisca que se estende por mais de 3000 km, desde Marrocos até ao norte da Boémia. Resultou da aproximação e colisão, a partir do Devónico Médio, da porção NO da Gondwana (atual território africano) e a Laurentia – Báltica, separados pelo Tethis, e cuja posição de fecho corresponde à zona de sutura marcada pelo cisalhamento Porto-Tomar.
O levantamento da Cadeia Varisca demorou mais de 70 Ma, tendo um caráter polifásico e zonal consoante as características do vetor de aproximação dos dois supercontinentes envolvidos nas estruturas do Maciço Ibérico, permitindo a definição de várias zonas geotectónicas com base nas diferentes características paleogeográficas, tectónicas, metamórficas e magmáticas evidenciadas por cada setor (Matte & Ribeiro, 1975; Dias & Ribeiro, 1995). A tectogénese foi acompanhada por metamorfismo regional e por magmatismo, que afetou sobretudo as zonas internas.
Segundo Carvalhido (2012, 2014a,b,c) o conhecimento das modificações do nível do mar é fundamental para a compreensão da evolução quaternária dos ambientes de sedimentação, uma vez que estas perturbações influenciam as características dos processos que determinam o fornecimento e distribuição de partículas.
A Superfície de Darque dispõe diversos tipos de sedimentos de ambiente de transição e continental, que documentam condições paleoambientais que foram variando entre o MIS9 (340ka) e o MIS1 (presente).
As unidades sedimentares identificadas neste monumento natural reproduzem evidências dos ambientes à sua deposição:
Os Siltes da Cambôa do Marinheiro, datados de idade inferior a 20 ka e até cerca de 13 ka (datação mais recente obtida) (MIS2), mostram que os processos sedimentares se tornaram essencialmente dependentes de drenagem em condições de maior escassez hídrica, que indiciam a progressão e o auge da instalação das condições de frio decorrentes da última glaciação. As condições de drenagem difusa terão contribuído para a formação de corpos lacustres de elevado confinamento, de caráter pantanoso, instalados em depressões pouco profundas da Plataforma Litoral.
Os Conglomerados e Areias de Rego de Fontes correspondem à instalação de meios deposicionais com alguma variabilidade de fácies, com datação entre 20 a 13 ka (MIS2/1). Observa-se, na generalidade, o caráter de disponibilidade hídrica episódica, nomeadamente representada na drenagem sob regimes pouco granosselectivos, por vezes torrenciais (grain-flow a debrisflow), evoluindo para fácies associadas a solos encharcados responsáveis por processos solifluxivos.
Referências bibliográficas:
Carvalhido, Ricardo (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Universidade do Minho.
Carvalhido, R.; Pereira, D. & Cunha, P. (2014a). Depósitos costeiros quaternários do noroeste de Portugal (Minho - Neiva): caracterização datação e interpretação paleoambiental. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 605–609.
Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014b). Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.
Carvalhido, R.; Pereira, D; Cunha, P.; Buylaert, J. & Murray, A. (2014c). Characterization and dating of coastal deposits of NW Portugal (Minho-Neiva area): a record of climate, eustasy and crustal uplift during the Quaternary. Quat Int, 328-329: 94–106
Matte & Ribeiro, A. (1975). Forme et orientation de l'ellipsoïde de déformation dans la virgation hercyenne de Galice. Relations avec le plissement et hypothèses sur la genèse de l'árc ibéro-armoricain. C. R. Acad. Sc. Paris, 280.
Dias, R. & Ribeiro, A. (1995). The Ibero-Armorican Arc: A collision effect against an irregular continent? Tectonophysics, 246,113-128.
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