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Cemitério de Praias Antigas do Alcantilado de Montedor

Evolução das plataformas costeiras e ciclos climáticos

O Monumento Natural Local do Cemitério de Praias Antigas do Alcantilado de Montedor é o mais diversificado em termos de interesses geomorfológicos preservados, destacando-se o residual, o tectónico e o litoral. Identificaram-se outros interesses como o fluvial, o eólico, o periglaciário e o geocultural.

A colina de Montedor constitui uma interrupção da plataforma litoral, geologicamente explicada pelo extravasamento para oeste, na direção do oceano atual, de uma lâmina de magma a partir do corpo principal do Plutonito de Bouça de Frade.

A combinação da erosão das rochas do Rheic, que rodeavam as câmaras magmáticas consolidadas (plutonitos), com os processos de levantamento a que o território esteve sujeito desde o final da era mesozóica (orogenia alpina), revelaram à superfície as profundezas paleozóicas deste território. Os efeitos do aquecimento e da conquista de espaço dos plutonitos sobre as rochas do Rheic, e a geometria de colisão dos supercontinentes paleozóicos (colisão oblíqua e diacrónica - fases de deformação varísca - D1, D2 e D3) podem ser interpretados em aspetos geológicos de grande interesse e beleza, como os carreamentos, os dobramentos ou as paragéneses mineralógicas, que hoje podemos contemplar, por exemplo, em Montedor.

São, portanto, os materiais e estruturas da herança paleozóica que controlam a geologia e geomorfologia quaternária, por interação com os processos de geodinâmica externa como os costeiros ou os decorrentes da evolução climática. Neste contexto e numa análise a grande escala, a existência de plataformas moldadas no granito exumado, permite-nos conhecer a posição altimétrica de 5 níveis de praias antigas (plataformas costeiras) conservados acima da praia atual (<1,8 m): Plataforma I (~18 m), Plataforma II (~13 m), Plataforma III (~8 m), Plataforma IV (4,5-5,5 m) e Plataforma V (2,0-3,5 m) (valores n.m.m.). Algumas destas plataformas ainda conservam restos de atividade biológica como os alvéolos de ouriço-do-mar (icnofósseis) e outros indícios da dinâmica de praia, como as sapas ou os campos dunares fossilizados.


Bibliografia

Carvalhido, Ricardo (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento. Universidade do Minho. 562 p.

O Monumento Natural Local do Cemitério de Praias Antigas do Alcantilado de Montedor é o mais diversificado em termos de interesses geomorfológicos preservados, destacando-se o residual, o tectónico e o litoral. Identificaram-se outros interesses como o fluvial, o eólico, o periglaciário e o geocultural.

A colina de Montedor constitui uma interrupção da plataforma litoral, geologicamente explicada pelo extravasamento para oeste, na direção do oceano atual, de uma lâmina de magma a partir do corpo principal do Plutonito de Bouça de Frade.

A combinação da erosão das rochas do Rheic, que rodeavam as câmaras magmáticas consolidadas (plutonitos), com os processos de levantamento a que o território esteve sujeito desde o final da era mesozóica (orogenia alpina), revelaram à superfície as profundezas paleozóicas deste território. Os efeitos do aquecimento e da conquista de espaço dos plutonitos sobre as rochas do Rheic, e a geometria de colisão dos supercontinentes paleozóicos (colisão oblíqua e diacrónica - fases de deformação varísca - D1, D2 e D3) podem ser interpretados em aspetos geológicos de grande interesse e beleza, como os carreamentos, os dobramentos ou as paragéneses mineralógicas, que hoje podemos contemplar, por exemplo, em Montedor.

São, portanto, os materiais e estruturas da herança paleozóica que controlam a geologia e geomorfologia quaternária, por interação com os processos de geodinâmica externa como os costeiros ou os decorrentes da evolução climática. Neste contexto e numa análise a grande escala, a existência de plataformas moldadas no granito exumado, permite-nos conhecer a posição altimétrica de 5 níveis de praias antigas (plataformas costeiras) conservados acima da praia atual (<1,8 m): Plataforma I (~18 m), Plataforma II (~13 m), Plataforma III (~8 m), Plataforma IV (4,5-5,5 m) e Plataforma V (2,0-3,5 m) (valores n.m.m.). Algumas destas plataformas ainda conservam restos de atividade biológica como os alvéolos de ouriço-do-mar (icnofósseis) e outros indícios da dinâmica de praia, como as sapas ou os campos dunares fossilizados.


Bibliografia

Carvalhido, Ricardo (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento. Universidade do Minho. 562 p.

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Localização

O Monumento Natural do Alcantilado de Montedor possui aproximadamente 55ha, delimitado a norte pelo Forte do Paçô e a sul pela Praia da Câmboa do Marinheiro.

Coordenadas

Lat: 41,7456112

Long: -8,878909

Legenda
Tema
Ponto de interesse

Recuperação Ecológica

Pelo Presidente da Câmara foi apresentada a proposta que seguidamente se transcreve:- "PROPOSTA - Protocolo de Cooperação no âmbito do Progama de Reabilitação de Áreas Classificadas do concelho de Viana do Castelo - Responsabilidade ambiental no âmbito das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo"

-No âmbito da Estratégia Municipal para a Conservação da natureza, plano inscrito na Agenda de Ambiente e Biodiversidade em curso para o quadriénio 2017-2021, a Câmara Municipal elaborou o Programa de Reabilitação Ecológica das Áreas Classificadas do concelho, nesta 1ª fase, com incidência em 5 dos 13 Monumentos Naturais, áreas únicas para o conhecimento da história geológica da Península Ibérica desde há mais de 500 milhões de anos e que fazem parte da candidatura que o Município está a preparar para reconhecimento de território Geoparque Mundial da UNESCO. Viana do Castelo é um território rico do ponto de vista do Património Natural e Cultural, com cerca de 4.800 hectares especificamente designados para a proteção de habitats da fauna e da flora (3 sítios de importância comunitária da Rede Natura 2000), sendo o único concelho do país com o inventário do património geológico concluído e devidamente classificado com 13 monumentos naturais, perfazendo uma área total de cerca de 2.832 hectares. O programa de recuperação que foi elaborado sustentou uma candidatura ao PO SEUR, com aprovação do valor global de investimento de 500 mil euros, financiado a 85%, com implementação em 2020 e 2021. As intervenções de recuperação ecológica que se pretendem realizar preveem ações de erradicação e controlo de espécies exóticas, principalmente de Acacia dealbata (Mimosa), Acacia longifolia (Acácia-de-espigas) e Acacia Melanoxylon (Austrália), Carpobrotus edulis (chorão das praias), Arundo donax (cana gigante), Trandescantia fluminencis (erva-da-fortuna ou tradescância) e Cortaderia selloana (erva das pampas ou plumas). Para além destas ações, sustentadas num inventário exaustivo realizado pelo Município para aquelas espécies, o programa inclui ações de promoção de literacia científica à população e a densificação da estratégia de Ciência Cidadã do Município, alargando a plataforma Bioregisto à cartografia de vegetação invasora, em colaboração com o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (invasoras.pt). Complementarmente, estão previstas ações de plantação nas áreas a intervencionar ecologicamente, nomeadamente espécies nativas como o Carvalho, o Pinheiro, o Pilriteiro, a Azinheira, a Bétula ou a Urze, entre outras, no âmbito do Ano Municipal da Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, atualmente em curso. Por forma a garantir a perenidade do sucesso da intervenção e o investimento realizado, o programa de reabilitação prevê o envolvimento do tecido social e empresarial, e no âmbito da responsabilidade ambiental das instituições, por forma a que estas se possam responsabilizar pela manutenção da qualidade ecológica do todo ou de partes das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo. O programa de reabilitação ecológica das áreas classificadas de Viana do Castelo - 1ª fase - foi realizado com a colaboração das Juntas de Freguesia de Afife, Carreço, Darque, Vila Nova de Anha e de Santa Marta de Portuzelo, e ainda com as Uniões de Freguesia de Mazaferes e Vila Fria e União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela. Foram igualmente parceiras a Associação de Caçadores de Vila Nova de Anha e a Comissão Diretiva dos Baldios da Montaria.

Pelo Presidente da Câmara foi apresentada a proposta que seguidamente se transcreve:- "PROPOSTA - Protocolo de Cooperação no âmbito do Progama de Reabilitação de Áreas Classificadas do concelho de Viana do Castelo - Responsabilidade ambiental no âmbito das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo"

-No âmbito da Estratégia Municipal para a Conservação da natureza, plano inscrito na Agenda de Ambiente e Biodiversidade em curso para o quadriénio 2017-2021, a Câmara Municipal elaborou o Programa de Reabilitação Ecológica das Áreas Classificadas do concelho, nesta 1ª fase, com incidência em 5 dos 13 Monumentos Naturais, áreas únicas para o conhecimento da história geológica da Península Ibérica desde há mais de 500 milhões de anos e que fazem parte da candidatura que o Município está a preparar para reconhecimento de território Geoparque Mundial da UNESCO. Viana do Castelo é um território rico do ponto de vista do Património Natural e Cultural, com cerca de 4.800 hectares especificamente designados para a proteção de habitats da fauna e da flora (3 sítios de importância comunitária da Rede Natura 2000), sendo o único concelho do país com o inventário do património geológico concluído e devidamente classificado com 13 monumentos naturais, perfazendo uma área total de cerca de 2.832 hectares. O programa de recuperação que foi elaborado sustentou uma candidatura ao PO SEUR, com aprovação do valor global de investimento de 500 mil euros, financiado a 85%, com implementação em 2020 e 2021. As intervenções de recuperação ecológica que se pretendem realizar preveem ações de erradicação e controlo de espécies exóticas, principalmente de Acacia dealbata (Mimosa), Acacia longifolia (Acácia-de-espigas) e Acacia Melanoxylon (Austrália), Carpobrotus edulis (chorão das praias), Arundo donax (cana gigante), Trandescantia fluminencis (erva-da-fortuna ou tradescância) e Cortaderia selloana (erva das pampas ou plumas). Para além destas ações, sustentadas num inventário exaustivo realizado pelo Município para aquelas espécies, o programa inclui ações de promoção de literacia científica à população e a densificação da estratégia de Ciência Cidadã do Município, alargando a plataforma Bioregisto à cartografia de vegetação invasora, em colaboração com o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (invasoras.pt). Complementarmente, estão previstas ações de plantação nas áreas a intervencionar ecologicamente, nomeadamente espécies nativas como o Carvalho, o Pinheiro, o Pilriteiro, a Azinheira, a Bétula ou a Urze, entre outras, no âmbito do Ano Municipal da Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, atualmente em curso. Por forma a garantir a perenidade do sucesso da intervenção e o investimento realizado, o programa de reabilitação prevê o envolvimento do tecido social e empresarial, e no âmbito da responsabilidade ambiental das instituições, por forma a que estas se possam responsabilizar pela manutenção da qualidade ecológica do todo ou de partes das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo. O programa de reabilitação ecológica das áreas classificadas de Viana do Castelo - 1ª fase - foi realizado com a colaboração das Juntas de Freguesia de Afife, Carreço, Darque, Vila Nova de Anha e de Santa Marta de Portuzelo, e ainda com as Uniões de Freguesia de Mazaferes e Vila Fria e União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela. Foram igualmente parceiras a Associação de Caçadores de Vila Nova de Anha e a Comissão Diretiva dos Baldios da Montaria.

A manutenção e recuperação ecológica deste Monumento Natural está a cargo de:
dima tobor Bowling House

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Cemitério de Praias Antigas do Alcantilado de Montedor

A combinação da erosão das rochas do Rheic, que rodeavam as câmaras magmáticas consolidadas (plutonitos), com os processos de levantamento a que o território esteve sujeito desde o final da era mesozóica (orogenia alpina), revelaram à superfície as profundezas paleozóicas deste território. Os efeitos do aquecimento e da conquista de espaço dos plutonitos sobre as rochas do Rheic, e a geometria de colisão dos supercontinentes paleozóicos (colisão oblíqua e diacrónica - fases de deformação varísca - D1, D2 e D3) podem ser interpretados em aspetos geológicos de grande interesse e beleza, como os carreamentos, os dobramentos ou as paragéneses mineralógicas, que hoje podemos contemplar, por exemplo, em Montedor.

São portanto os materiais e estruturas da herança paleozóica que controlam a geologia e geomorfologia quaternária, por interação com os processos de geodinâmica externa como os costeiros ou os decorrentes da evolução climática.

Neste contexto e numa análise a grande escala, a existência de plataformas moldadas no granito exumado, permite-nos conhecer a posição altimétrica de 5 níveis de praias antigas (plataformas costeiras) conservados acima da praia atual (<1,8 m): Plataforma I (~18 m), Plataforma II (~13 m), Plataforma III (~8 m), Plataforma IV (4,5-5,5 m) e Plataforma V (2,0-3,5 m) (valores n.m.m.).

Algumas destas plataformas ainda conservam restos de atividade biológica como os alvéolos de ouriço-do-mar (icnofósseis) e outros indícios da dinâmica de praia, como as sapas ou os campos dunares fossilizados. Noutras localizações, onde o maciço de Viana do Castelo se coloca à margem e deixa desenvolver a plataforma litoral, as plataformas costeiras permanecem ocultas sob os sedimentos areno-lodosos que lhe dão forma aplanada.

Este monumento é também especial para percebermos como evoluem e são desmanteladas as vertentes, processo registado nas geoformas residuais como os tafoni, as pias e exutórios, as caneluras, a pseudoestratificação, os pedúnculos, os pavimentos ondulados e a exfoliação.

Referências e artigos científicos

  1. Carvalhido, R. (2016). O livro da Pedra - monumentos naturais Locais de Viana do Castelo.
  2. Carvalhido, R. (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento. Universidade do Minho. 564p.

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