Falha do Lima

A identificação do escalonamento das plataformas costeiras de Viana do Castelo foi realizada por Carvalhido R. (2012) com recurso à cartografia de pormenor dos alinhamentos estruturais e das geoformas de hidrodinâmica nomeadamente as marmitas e as formas de entalhe basal (sapas ou notches). Este estudo permitiu identificar 5 níveis de plataformas rochosas preservadas acima da atual (Plataforma VI): Plat. I (18 m), Plat. II (13 m), Plat. III (8 m), Plat. IV.1 (4.5-5.5 m), Plat. IV.2 (2.0-3.5 m) e Plat. V (0,2-1,7 m) e verificou-se que, a largura das plataformas costeiras é desigual nos diferentes setores litorais onde estão preservadas e que existem variações relativamente aos valores de intervalo altimétrico de referência, com expressão máxima de 100 cm entre Montedor (MNL Alcantilado de Montedor) e o Cabedelo (MNL Ribeira da Anha).
Neste MNL estão preservadas duas plataformas costeiras acima da atual e que se interpretaram como níveis do Eemiano (MIS5e): Plataforma IV (3.9-4.5 m, sapa a 4.5 m) e Plataforma V (2.1-2.8 m). Os Conglomerados e Areias do Forte do Cão estão preservados aproximadamente 100 cm abaixo do mesmo nível de terraço identificado na Gelfa (+2.00) (concelho de Caminha). Esta unidade testemunha um nível de praia de elevada energia, instalado durante o MIS5e e constitui o único registo deste ambiente conhecido no concelho de Viana do Castelo. Estas observações são corroboram o efeito de subsidência regional do compartimento Lima-sul, tendo por referência o setor costeiro de Montedor, que terá sofrido deformação vertical a uma taxa cerca de 0.008 mm/a acima da verificada a sul do Lima. Este fenómeno foi atribuído à componente inversa das falhas prováveis ENE-OSO (Lima e Pêgo), já algo desajustada ao atual campo de tensões ONO-ESE (Ribeiro et al., 1996), sendo por isso, muito reduzida (in Carvalhido, 2012)