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Dunas Trepadoras do Faro de Anha

Restos de dunas a uma cota elevada e relativamente afastada da costa

O Monumento Natural Local corresponde à vertente NE do maciço de Galeão (57 ha), localizado na margem esquerda da foz do Lima. Nesta área estão preservadas três superfícies de aplanamento: Superfície de Vila Fria (50 m), Superfície de Ola (75 m) e Superfície de Faro de Anha (100 m) (Carvalhido, 2012). Estas superfícies encontram-se regularizadas por depósitos arenosos, bem calibrados, preservando estratificação entrecruzada e laminação cruzada por ripples de corrente (Carvalhido, 2012, 2014a, 2014b, 2014c).

As Areias de Galeão são areias dunares depositadas no culminar da crise climática da Pequena Idade do Gelo (Mínimo de Dalton) (datação radiométrica indica deposição entre os anos de 1780 e 1800). A estratificação entrecruzada típica desta unidade é nítida em alguns setores, embora por vezes sejam só observáveis feixes de baixo ângulo (Carvalhido, 2012, 2014). Os dados da morfometria e morfometria comprovam a origem eólica dos depósitos, constituídos por grãos de feições roladas a sub-roladas, com superfícies picotadas e boleadas-brilhantes . As condições de fraca humidade, associadas aos fortes ventos que se terão feito sentir durante o Mínimo de Dalton, terão sido responsáveis pelo transporte e posterior regularização eólica das superfícies de Galeão. Apesar do conteúdo carbonatado das Areias de Galeão, a idade recente, a fraca espessura dos depósitos e as condições de frio (propícias à dissolução de carbonatos) terão impedido a sua consolidação. As memórias paroquiais são um espólio com potencial de exploração nesta temática (e.g. desaparecimento da freguesia de Aster sob as areias dunares). A base da unidade das Areias de Galeão 5 (primeiros 20 cm) conserva clastos de granito de grão médio a fino, de duas micas e biotítico (MPS=20 cm), subangulosos (Carvalhido, 2012).

Sob as areias dunares ocorre a unidade litostratigráfica Areias da Ribeira da Areia, que correspondem às condições de disponibilidade hídrica que antecedem o Mínimo de Maunder, que constitui o período de plena instalação da Pequena Idade do Gelo na Europa. Os depósitos-tipo conservam alguns de sets de ripples frontais com estrutura interna preservada – lâminas frontais tangenciais a sigmoidais, inclinadas para NE e lâminas dorsais de contrafluxo. A datação OSL dos depósitos revelou instalação entre os anos de 1590 ao 1650 (Carvalhido, 2012, 2014c).

Os dados radiométricos disponíveis, o contacto estratigráfico em involução e os clastos decacentimétricos de granito de grão médio, de 2 micas, angulosos, na transição entre os dois níveis, permitem deduzir a associação dos depósitos com evolução climática até à instalação do Mínimo de Maunder: o nível inferior está associado a um meio com água líquida disponível, associado a correntes (Areias da Ribeira da Areia), a degradar os depósitos eólicos a cotas superiores, transitando, posteriormente, para condições frio (observam-se indícios de crioturbação na transição entre as duas unidade), de ventos fortes mas pouco húmidas (Mínimo de Maunder) (Areias de Galeão) (Carvalhido, 2012).


Referências Bibliográficas:

Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 564 p.

Carvalhido, R.; Pereira, D. & Cunha, P. (2014a) – Depósitos costeiros quaternários do noroeste de Portugal (Minho - Neiva): caracterização datação e interpretação paleoambiental. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 605–609.

Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014b) – Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.

Carvalhido, R.; Pereira, D; Cunha, P.; Buylaert, J. & Murray, A. (2014c) Characterization and dating of coastal deposits of NW Portugal (Minho-Neiva area): a record of climate, eustasy and crustal uplift during the Quaternary. Quat Int, 328-329: 94–106

O Monumento Natural Local corresponde à vertente NE do maciço de Galeão (57 ha), localizado na margem esquerda da foz do Lima. Nesta área estão preservadas três superfícies de aplanamento: Superfície de Vila Fria (50 m), Superfície de Ola (75 m) e Superfície de Faro de Anha (100 m) (Carvalhido, 2012). Estas superfícies encontram-se regularizadas por depósitos arenosos, bem calibrados, preservando estratificação entrecruzada e laminação cruzada por ripples de corrente (Carvalhido, 2012, 2014a, 2014b, 2014c).

As Areias de Galeão são areias dunares depositadas no culminar da crise climática da Pequena Idade do Gelo (Mínimo de Dalton) (datação radiométrica indica deposição entre os anos de 1780 e 1800). A estratificação entrecruzada típica desta unidade é nítida em alguns setores, embora por vezes sejam só observáveis feixes de baixo ângulo (Carvalhido, 2012, 2014). Os dados da morfometria e morfometria comprovam a origem eólica dos depósitos, constituídos por grãos de feições roladas a sub-roladas, com superfícies picotadas e boleadas-brilhantes . As condições de fraca humidade, associadas aos fortes ventos que se terão feito sentir durante o Mínimo de Dalton, terão sido responsáveis pelo transporte e posterior regularização eólica das superfícies de Galeão. Apesar do conteúdo carbonatado das Areias de Galeão, a idade recente, a fraca espessura dos depósitos e as condições de frio (propícias à dissolução de carbonatos) terão impedido a sua consolidação. As memórias paroquiais são um espólio com potencial de exploração nesta temática (e.g. desaparecimento da freguesia de Aster sob as areias dunares). A base da unidade das Areias de Galeão 5 (primeiros 20 cm) conserva clastos de granito de grão médio a fino, de duas micas e biotítico (MPS=20 cm), subangulosos (Carvalhido, 2012).

Sob as areias dunares ocorre a unidade litostratigráfica Areias da Ribeira da Areia, que correspondem às condições de disponibilidade hídrica que antecedem o Mínimo de Maunder, que constitui o período de plena instalação da Pequena Idade do Gelo na Europa. Os depósitos-tipo conservam alguns de sets de ripples frontais com estrutura interna preservada – lâminas frontais tangenciais a sigmoidais, inclinadas para NE e lâminas dorsais de contrafluxo. A datação OSL dos depósitos revelou instalação entre os anos de 1590 ao 1650 (Carvalhido, 2012, 2014c).

Os dados radiométricos disponíveis, o contacto estratigráfico em involução e os clastos decacentimétricos de granito de grão médio, de 2 micas, angulosos, na transição entre os dois níveis, permitem deduzir a associação dos depósitos com evolução climática até à instalação do Mínimo de Maunder: o nível inferior está associado a um meio com água líquida disponível, associado a correntes (Areias da Ribeira da Areia), a degradar os depósitos eólicos a cotas superiores, transitando, posteriormente, para condições frio (observam-se indícios de crioturbação na transição entre as duas unidade), de ventos fortes mas pouco húmidas (Mínimo de Maunder) (Areias de Galeão) (Carvalhido, 2012).


Referências Bibliográficas:

Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 564 p.

Carvalhido, R.; Pereira, D. & Cunha, P. (2014a) – Depósitos costeiros quaternários do noroeste de Portugal (Minho - Neiva): caracterização datação e interpretação paleoambiental. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 605–609.

Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014b) – Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.

Carvalhido, R.; Pereira, D; Cunha, P.; Buylaert, J. & Murray, A. (2014c) Characterization and dating of coastal deposits of NW Portugal (Minho-Neiva area): a record of climate, eustasy and crustal uplift during the Quaternary. Quat Int, 328-329: 94–106

Localização

Sobre o maciço do Galeão, localizado na margem esquerda da foz do Lima, nas freguesias de Darque e Vila Nova de Anha

Coordenadas

Lat: 41,6775338

Long: -8,8030725

Legenda
Tema
Ponto de interesse

Temas

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Recuperação Ecológica

Pelo Presidente da Câmara foi apresentada a proposta que seguidamente se transcreve:- "PROPOSTA - Protocolo de Cooperação no âmbito do Progama de Reabilitação de Áreas Classificadas do concelho de Viana do Castelo - Responsabilidade ambiental no âmbito das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo"

-No âmbito da Estratégia Municipal para a Conservação da natureza, plano inscrito na Agenda de Ambiente e Biodiversidade em curso para o quadriénio 2017-2021, a Câmara Municipal elaborou o Programa de Reabilitação Ecológica das Áreas Classificadas do concelho, nesta 1ª fase, com incidência em 5 dos 13 Monumentos Naturais, áreas únicas para o conhecimento da história geológica da Península Ibérica desde há mais de 500 milhões de anos e que fazem parte da candidatura que o Município está a preparar para reconhecimento de território Geoparque Mundial da UNESCO. Viana do Castelo é um território rico do ponto de vista do Património Natural e Cultural, com cerca de 4.800 hectares especificamente designados para a proteção de habitats da fauna e da flora (3 sítios de importância comunitária da Rede Natura 2000), sendo o único concelho do país com o inventário do património geológico concluído e devidamente classificado com 13 monumentos naturais, perfazendo uma área total de cerca de 2.832 hectares. O programa de recuperação que foi elaborado sustentou uma candidatura ao PO SEUR, com aprovação do valor global de investimento de 500 mil euros, financiado a 85%, com implementação em 2020 e 2021. As intervenções de recuperação ecológica que se pretendem realizar preveem ações de erradicação e controlo de espécies exóticas, principalmente de Acacia dealbata (Mimosa), Acacia longifolia (Acácia-de-espigas) e Acacia Melanoxylon (Austrália), Carpobrotus edulis (chorão das praias), Arundo donax (cana gigante), Trandescantia fluminencis (erva-da-fortuna ou tradescância) e Cortaderia selloana (erva das pampas ou plumas). Para além destas ações, sustentadas num inventário exaustivo realizado pelo Município para aquelas espécies, o programa inclui ações de promoção de literacia científica à população e a densificação da estratégia de Ciência Cidadã do Município, alargando a plataforma Bioregisto à cartografia de vegetação invasora, em colaboração com o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (invasoras.pt). Complementarmente, estão previstas ações de plantação nas áreas a intervencionar ecologicamente, nomeadamente espécies nativas como o Carvalho, o Pinheiro, o Pilriteiro, a Azinheira, a Bétula ou a Urze, entre outras, no âmbito do Ano Municipal da Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, atualmente em curso. Por forma a garantir a perenidade do sucesso da intervenção e o investimento realizado, o programa de reabilitação prevê o envolvimento do tecido social e empresarial, e no âmbito da responsabilidade ambiental das instituições, por forma a que estas se possam responsabilizar pela manutenção da qualidade ecológica do todo ou de partes das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo. O programa de reabilitação ecológica das áreas classificadas de Viana do Castelo - 1ª fase - foi realizado com a colaboração das Juntas de Freguesia de Afife, Carreço, Darque, Vila Nova de Anha e de Santa Marta de Portuzelo, e ainda com as Uniões de Freguesia de Mazaferes e Vila Fria e União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela. Foram igualmente parceiras a Associação de Caçadores de Vila Nova de Anha e a Comissão Diretiva dos Baldios da Montaria.

Pelo Presidente da Câmara foi apresentada a proposta que seguidamente se transcreve:- "PROPOSTA - Protocolo de Cooperação no âmbito do Progama de Reabilitação de Áreas Classificadas do concelho de Viana do Castelo - Responsabilidade ambiental no âmbito das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo"

-No âmbito da Estratégia Municipal para a Conservação da natureza, plano inscrito na Agenda de Ambiente e Biodiversidade em curso para o quadriénio 2017-2021, a Câmara Municipal elaborou o Programa de Reabilitação Ecológica das Áreas Classificadas do concelho, nesta 1ª fase, com incidência em 5 dos 13 Monumentos Naturais, áreas únicas para o conhecimento da história geológica da Península Ibérica desde há mais de 500 milhões de anos e que fazem parte da candidatura que o Município está a preparar para reconhecimento de território Geoparque Mundial da UNESCO. Viana do Castelo é um território rico do ponto de vista do Património Natural e Cultural, com cerca de 4.800 hectares especificamente designados para a proteção de habitats da fauna e da flora (3 sítios de importância comunitária da Rede Natura 2000), sendo o único concelho do país com o inventário do património geológico concluído e devidamente classificado com 13 monumentos naturais, perfazendo uma área total de cerca de 2.832 hectares. O programa de recuperação que foi elaborado sustentou uma candidatura ao PO SEUR, com aprovação do valor global de investimento de 500 mil euros, financiado a 85%, com implementação em 2020 e 2021. As intervenções de recuperação ecológica que se pretendem realizar preveem ações de erradicação e controlo de espécies exóticas, principalmente de Acacia dealbata (Mimosa), Acacia longifolia (Acácia-de-espigas) e Acacia Melanoxylon (Austrália), Carpobrotus edulis (chorão das praias), Arundo donax (cana gigante), Trandescantia fluminencis (erva-da-fortuna ou tradescância) e Cortaderia selloana (erva das pampas ou plumas). Para além destas ações, sustentadas num inventário exaustivo realizado pelo Município para aquelas espécies, o programa inclui ações de promoção de literacia científica à população e a densificação da estratégia de Ciência Cidadã do Município, alargando a plataforma Bioregisto à cartografia de vegetação invasora, em colaboração com o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (invasoras.pt). Complementarmente, estão previstas ações de plantação nas áreas a intervencionar ecologicamente, nomeadamente espécies nativas como o Carvalho, o Pinheiro, o Pilriteiro, a Azinheira, a Bétula ou a Urze, entre outras, no âmbito do Ano Municipal da Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, atualmente em curso. Por forma a garantir a perenidade do sucesso da intervenção e o investimento realizado, o programa de reabilitação prevê o envolvimento do tecido social e empresarial, e no âmbito da responsabilidade ambiental das instituições, por forma a que estas se possam responsabilizar pela manutenção da qualidade ecológica do todo ou de partes das áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo. O programa de reabilitação ecológica das áreas classificadas de Viana do Castelo - 1ª fase - foi realizado com a colaboração das Juntas de Freguesia de Afife, Carreço, Darque, Vila Nova de Anha e de Santa Marta de Portuzelo, e ainda com as Uniões de Freguesia de Mazaferes e Vila Fria e União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela. Foram igualmente parceiras a Associação de Caçadores de Vila Nova de Anha e a Comissão Diretiva dos Baldios da Montaria.

A manutenção e recuperação ecológica deste Monumento Natural está a cargo de:
PApainhas elpe Amavical

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