Formação e evolução das Dunas de Galeão.

A superfície a sul do Rio Lima, entre o mar e Monte Galeão, encontra-se coberta por um depósito arenoso cuja porção mais superficial parece ter sido depositada durante um período de clima mais frio que o atual, designado por Pequena Idade do Gelo, que teve lugar, aproximadamente, entre 1300 e 1850.

Apesar das causas para a Pequena Idade do Gelo ainda serem motivo de debate, esta parece ter-se iniciado devido à ocorrência de atividade vulcânica e ter-se-à mantido devido a uma baixa atividade solar.

Durante a Pequena Idade do Gelo, estima-se que o mar estivesse entre 20 a 80 cm abaixo do nível atual. Neste período, é bastante provável que, devido ao aumento das tempestades, com chuva/neve intensa, possa ter ocorrido um aumento da sedimentação ao longo dos vales dos rios, permitindo, assim, um maior abastecimento das praias. A abundância de sedimentos no estuário do Rio Lima parecia ser ainda visível no ano de 1856, na cartografia da Barra e Porto de Viana, coordenada pelo Eng. D. Carlos de Vasconcellos e Noronha (Fig. 1). É possível observar a existência de grande quantidade de sedimento no leito do rio para além da Capela de S. Lourenço, sendo a largura do canal consideravelmente mais estreita que a atual (Fig. 2). A quantidade de sedimentos no rio e a existência de canais estreitos são ainda visíveis na figura 3, que reproduz uma fotografia da primeira década do Séc. XX, contemporânea da primeira fase de construção do Santuário de Santa Luzia.

A figura 4 é uma representação do século XIX do leito do Rio Lima, provavelmente durante a maré alta, e na qual é visível a vegetação esparsa dos montes na margem sul do rio e extensas manchas brancas não florestadas.

Os sedimentos transportados pelo Rio Lima são depositados nas zonas costeiras onde constroem praias largas. A abundância de sedimentos nas praias e no leito do rio, conjugada com os ventos fortes que se terão feito sentir durante a Pequena Idade do Gelo, terão permitido a mobilização de sedimento que deram origem a extensas dunas costeiras. Uma vez que o nível do mar era então inferior ao do presente, terá ocorrido também um aumento da área das praias, circunstância que terá fornecido ainda mais areia para a construção de dunas. Este contexto terá sido fundamental para formação da maioria dos cordões dunares recentes da costa noroeste portuguesa. A datação de amostras retiradas destas formações enquadra-se com este período de tempo, tendo o sedimento sido, muito provavelmente, depositado entre o Séc. XVI e o Séc. XIX.

No caso particular das Dunas Trepadoras do Monte de Faro de Anha, a presença abundante de sedimento conjugou-se com a morfologia do terreno, de pendor suave até ao topo do monte Galeão, e a ausência de obstáculos ao transporte eólico (nomeadamente vegetação) para formar dunas litorais e dunas trepadoras.

A superfície a sul do Rio Lima, entre o mar e Monte Galeão, encontra-se coberta por um depósito arenoso cuja porção mais superficial parece ter sido depositada durante um período de clima mais frio que o atual, designado por Pequena Idade do Gelo, que teve lugar, aproximadamente, entre 1300 e 1850.

Apesar das causas para a Pequena Idade do Gelo ainda serem motivo de debate, esta parece ter-se iniciado devido à ocorrência de atividade vulcânica e ter-se-à mantido devido a uma baixa atividade solar.

Durante a Pequena Idade do Gelo, estima-se que o mar estivesse entre 20 a 80 cm abaixo do nível atual. Neste período, é bastante provável que, devido ao aumento das tempestades, com chuva/neve intensa, possa ter ocorrido um aumento da sedimentação ao longo dos vales dos rios, permitindo, assim, um maior abastecimento das praias. A abundância de sedimentos no estuário do Rio Lima parecia ser ainda visível no ano de 1856, na cartografia da Barra e Porto de Viana, coordenada pelo Eng. D. Carlos de Vasconcellos e Noronha (Fig. 1). É possível observar a existência de grande quantidade de sedimento no leito do rio para além da Capela de S. Lourenço, sendo a largura do canal consideravelmente mais estreita que a atual (Fig. 2). A quantidade de sedimentos no rio e a existência de canais estreitos são ainda visíveis na figura 3, que reproduz uma fotografia da primeira década do Séc. XX, contemporânea da primeira fase de construção do Santuário de Santa Luzia.

A figura 4 é uma representação do século XIX do leito do Rio Lima, provavelmente durante a maré alta, e na qual é visível a vegetação esparsa dos montes na margem sul do rio e extensas manchas brancas não florestadas.

Os sedimentos transportados pelo Rio Lima são depositados nas zonas costeiras onde constroem praias largas. A abundância de sedimentos nas praias e no leito do rio, conjugada com os ventos fortes que se terão feito sentir durante a Pequena Idade do Gelo, terão permitido a mobilização de sedimento que deram origem a extensas dunas costeiras. Uma vez que o nível do mar era então inferior ao do presente, terá ocorrido também um aumento da área das praias, circunstância que terá fornecido ainda mais areia para a construção de dunas. Este contexto terá sido fundamental para formação da maioria dos cordões dunares recentes da costa noroeste portuguesa. A datação de amostras retiradas destas formações enquadra-se com este período de tempo, tendo o sedimento sido, muito provavelmente, depositado entre o Séc. XVI e o Séc. XIX.

No caso particular das Dunas Trepadoras do Monte de Faro de Anha, a presença abundante de sedimento conjugou-se com a morfologia do terreno, de pendor suave até ao topo do monte Galeão, e a ausência de obstáculos ao transporte eólico (nomeadamente vegetação) para formar dunas litorais e dunas trepadoras.

Localização

Anha

Coordenadas

Lat: 41,67775

Long: -8,8032329

Legenda
Tema
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