(em) Xisto Quiastilítico (500 anos a.C.)

Segundo Carvalhido (2018), o Monumento Natural Local do Canto Marinho preserva a ocorrência de mais de 700 pias salineiras datadas da Idade do Ferro. As pias ou gamelas fornecem informações paleoambientais importantes, nomeadamente sobre a posição relativa do nível do mar durante a Idade do Ferro, que seria inferior à atual.
As pias ou gamelas eram esculpidas na rocha através de um processo de picagem com dimensão e forma variável, aproveitando as superfícies disponíveis nas rochas, podendo assumir um formato sub-retangular, trapezoidal ou mesmo semicircular. No que diz respeito à profundidade, estimasse que rondariam entre 5 a 10 cm, tendo como finalidade conter uma quantidade mínima de água que permitisse uma fácil e rápida evaporação (Almeida, 2009). Quanto à localização, as salinas estariam acima da linha de preia-mar, evitando que esta as inundasse quando atingisse a cota máxima. Este facto leva-nos a constatar que o modo de funcionamento destas, consistia num sistema de inundação indireta, segundo o qual os exploradores de sal inundariam as pias com água que transportavam desde o mar.

As pias ou gamelas podem ser observadas ao longo da costa litoral de Viana do Castelo, contudo neste local, existem vários aglomerados destes achados por estar disponível um substrato xistoso, rocha mais facilmente trabalhada que o granito, com maior capacidade de absorção térmica e impermeabilidade o que permitia uma maior eficácia na evaporação.

Vários destes achados encontram-se hoje submersos durante a preia-mar, indicando-nos que há cerca de quatro a cinco mil anos, durante a idade do Ferro, o nível do mar estaria, provavelmente, cerca de 1 a 2 metros abaixo da posição atual. Desta forma, estas relíquias são indicadores da posição e evolução da linha de costa ao longo do tempo geológico recente.


Referências Bibliográficas:

Almeida, Carlos Alberto Brochado (2009). Sítios que Fazem História - Arqueologia do Concelho de Viana do Castelo. Viana do Castelo: Câmara Municipal de Viana do Castelo.

Carvalhido (2018). Livro de Pedra, Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo – Catálogo. Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2ª edição.

Costa, M.; Machado, J.; Lopes, H. & Almeida, T. (2012). Pias Salineiras da Praia do Canto Marinho: Inventário Arqueológico. Cadernos Vianenses, 46, 95–111.

Segundo Carvalhido (2018), o Monumento Natural Local do Canto Marinho preserva a ocorrência de mais de 700 pias salineiras datadas da Idade do Ferro. As pias ou gamelas fornecem informações paleoambientais importantes, nomeadamente sobre a posição relativa do nível do mar durante a Idade do Ferro, que seria inferior à atual.
As pias ou gamelas eram esculpidas na rocha através de um processo de picagem com dimensão e forma variável, aproveitando as superfícies disponíveis nas rochas, podendo assumir um formato sub-retangular, trapezoidal ou mesmo semicircular. No que diz respeito à profundidade, estimasse que rondariam entre 5 a 10 cm, tendo como finalidade conter uma quantidade mínima de água que permitisse uma fácil e rápida evaporação (Almeida, 2009). Quanto à localização, as salinas estariam acima da linha de preia-mar, evitando que esta as inundasse quando atingisse a cota máxima. Este facto leva-nos a constatar que o modo de funcionamento destas, consistia num sistema de inundação indireta, segundo o qual os exploradores de sal inundariam as pias com água que transportavam desde o mar.

As pias ou gamelas podem ser observadas ao longo da costa litoral de Viana do Castelo, contudo neste local, existem vários aglomerados destes achados por estar disponível um substrato xistoso, rocha mais facilmente trabalhada que o granito, com maior capacidade de absorção térmica e impermeabilidade o que permitia uma maior eficácia na evaporação.

Vários destes achados encontram-se hoje submersos durante a preia-mar, indicando-nos que há cerca de quatro a cinco mil anos, durante a idade do Ferro, o nível do mar estaria, provavelmente, cerca de 1 a 2 metros abaixo da posição atual. Desta forma, estas relíquias são indicadores da posição e evolução da linha de costa ao longo do tempo geológico recente.


Referências Bibliográficas:

Almeida, Carlos Alberto Brochado (2009). Sítios que Fazem História - Arqueologia do Concelho de Viana do Castelo. Viana do Castelo: Câmara Municipal de Viana do Castelo.

Carvalhido (2018). Livro de Pedra, Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo – Catálogo. Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2ª edição.

Costa, M.; Machado, J.; Lopes, H. & Almeida, T. (2012). Pias Salineiras da Praia do Canto Marinho: Inventário Arqueológico. Cadernos Vianenses, 46, 95–111.

Localização

MNL Canto Marinho situa-se na zona intertidal da costa de Carreço, a sul do Monumento Natural Local do Alcantilado de Montedor.

Coordenadas

Lat: 41,7275066

Long: -8,8713864

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