Nos últimos 450 mil anos foram quatro os máximos glaciários em que as encostas e planaltos desta área se cobriam de neve. No decurso da deglaciação que antecedeu cada interglaciário que lhe sucedeu, foram gerados torrentes de blocos, grãos, lama e de solos. Decorrente da última deglaciação, ocorrida entre 18.000 a 11.000 anos, especialmente após esse período, camadas desses sedimentos, com espessura até 3 m, cobriram as plataformas costeiras ancestrais nivelando uma plataforma litoral ocupada por veigas com fraco pendor desde o sopé da Serra de Sta. Luzia até à linha de costa atual (Carvalhido, 2012, 2014a,b,c,d, Carvalhido, 2018).

Hoje as veigas são terrenos férteis e impermeáveis fruto dos finos sedimentos com matéria orgânica ali depositados durante a última deglaciação, cobrindo e ocultando as plataformas costeiras ancestrais ainda visíveis no MNL do Alcantilado de Montedor. A plataforma litoral, uma rampa suave em direção ao Atlântico permite assim que se fixe vegetação ripícola como os salgueiros (Salix alba) até muito perto da linha de rebentação, e se criem charcos onde aves como as garças-boieiras (Bubulcus ibis) se alimentam (Carvalhido, 2012, 2014a,b,c,d, Carvalhido, 2018).


Referências Bibliográficas:

Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 564 p.

Carvalhido, R.; Pereira, D. & Cunha, P. (2014a) – Depósitos costeiros quaternários do noroeste de Portugal (Minho - Neiva): caracterização datação e interpretação paleoambiental. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 605–609.

Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014b) – Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.

Carvalhido, R.; Pereira, D; Cunha, P.; Buylaert, J. & Murray, A. (2014c) Characterization and dating of coastal deposits of NW Portugal (Minho-Neiva area): a record of climate, eustasy and crustal uplift during the Quaternary. Quat Int, 328-329: 94–106

Carvalhido, Ricardo (2014d). Processo de classificação dos 5 Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo. Memória Descritiva. Câmara Municipal de Viana do Castelo.

Carvalhido, Ricardo (2018). Livro de Pedra, Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo – Catálogo. Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2ª edição.

Nos últimos 450 mil anos foram quatro os máximos glaciários em que as encostas e planaltos desta área se cobriam de neve. No decurso da deglaciação que antecedeu cada interglaciário que lhe sucedeu, foram gerados torrentes de blocos, grãos, lama e de solos. Decorrente da última deglaciação, ocorrida entre 18.000 a 11.000 anos, especialmente após esse período, camadas desses sedimentos, com espessura até 3 m, cobriram as plataformas costeiras ancestrais nivelando uma plataforma litoral ocupada por veigas com fraco pendor desde o sopé da Serra de Sta. Luzia até à linha de costa atual (Carvalhido, 2012, 2014a,b,c,d, Carvalhido, 2018).

Hoje as veigas são terrenos férteis e impermeáveis fruto dos finos sedimentos com matéria orgânica ali depositados durante a última deglaciação, cobrindo e ocultando as plataformas costeiras ancestrais ainda visíveis no MNL do Alcantilado de Montedor. A plataforma litoral, uma rampa suave em direção ao Atlântico permite assim que se fixe vegetação ripícola como os salgueiros (Salix alba) até muito perto da linha de rebentação, e se criem charcos onde aves como as garças-boieiras (Bubulcus ibis) se alimentam (Carvalhido, 2012, 2014a,b,c,d, Carvalhido, 2018).


Referências Bibliográficas:

Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 564 p.

Carvalhido, R.; Pereira, D. & Cunha, P. (2014a) – Depósitos costeiros quaternários do noroeste de Portugal (Minho - Neiva): caracterização datação e interpretação paleoambiental. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 605–609.

Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014b) – Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.

Carvalhido, R.; Pereira, D; Cunha, P.; Buylaert, J. & Murray, A. (2014c) Characterization and dating of coastal deposits of NW Portugal (Minho-Neiva area): a record of climate, eustasy and crustal uplift during the Quaternary. Quat Int, 328-329: 94–106

Carvalhido, Ricardo (2014d). Processo de classificação dos 5 Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo. Memória Descritiva. Câmara Municipal de Viana do Castelo.

Carvalhido, Ricardo (2018). Livro de Pedra, Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo – Catálogo. Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2ª edição.

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Localização

Canto Marinho

Coordenadas

Lat: 41,730568

Long: -8,871299

Legenda
Tema
Ponto de interesse

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Sou o Piquinhos e posso ajudar-te a aprender mais sobre o Geoparque!

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Plataforma Litoral

Segundo (Carvalhido, 2012, 2014a,b,c,d, Carvalhido, 2018) a área do MNL Canto Marinho constitui elevado interesse para a compreensão de fenómenos climáticos e oceanográficos globais à escala local onde é possível observar a plataforma litoral - rampa de inclinação suave para o oceano – coberta por sedimentos, com espessura até 3 m, provenientes dos sucessivos episódios de deglaciação ocorridos nos últimos 450 mil anos.

Foram identificadas 16 unidades sedimentares com características sedimentológicas variadas, estudadas analiticamente através de 7 testes fixos: ensaio granulométrico, classificação morfoscópica, índice de rolamento (morfometria), mineralogia da fração arenosa leve, teor de matéria orgânica, teor de carbonatos e pH, e por datação radiométrica por 14C e OSL que permitiram clarificar os modelos deposicionais, as fácies sedimentares que foram definidas e as idades, entre os 330 ka (MIS9) e os 13 ka (MIS1).

Estes sedimentos cobrem e ocultam as plataformas costeiras ancestrais e rochedos sob a plataforma litoral, formando as veigas cuja origem se deve à impermeabilização, humidade e nutrientes proporcionados.

Referências e artigos científicos

Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 564 p.

Carvalhido, R.; Pereira, D. & Cunha, P. (2014a) – Depósitos costeiros quaternários do noroeste de Portugal (Minho - Neiva): caracterização datação e interpretação paleoambiental. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 605–609.

Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014b) – Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.

Carvalhido, R.; Pereira, D; Cunha, P.; Buylaert, J. & Murray, A. (2014c) Characterization and dating of coastal deposits of NW Portugal (Minho-Neiva area): a record of climate, eustasy and crustal uplift during the Quaternary. Quat Int, 328-329: 94–106

Carvalhido, Ricardo (2014d). Processo de classificação dos 5 Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo. Memória Descritiva. Câmara Municipal de Viana do Castelo.

Carvalhido, Ricardo (2018). Livro de Pedra, Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo – Catálogo. Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2ª edição.

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