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Talhões e éguas

As salinas são um complexo sistema de reservatórios (talhões), canais e tanques de decantação e evaporação de águas salobras, sendo separadas por diques e taludes colonizados por vegetação típica de sapal, para a extração do sal.

O estuário inferior do Lima é uma ampla depressão, de margens facilmente inundáveis embora com diferente frequência. Correndo o rio Lima encaixado na falha do Lima (ENE-OSO), as suas margens têm altitudes de referência diferentes: a norte, mais elevadas (2,6 a 3 m acima do nível do mar) onde se encontram as salinas de Meadela, e a sul, menos elevadas (0,1 a 2,3 m acima do nível do mar) onde se encontram as salinas de Darque. É precisamente por este motivo que as zonas húmidas de S. Simão e as Lagoas de Vila Franca surgem nesta margem, e a salicultura menos importante que na margem norte, por ser mais difícil garantir as condições necessárias à evaporação da água.

O estuário do Rio Lima, foi considerado o “maior centro salineiro do litoral do Minho”. Sendo o sal um dos bens mais preciosos, “era de grande importância a posse de salinas, que chegavam a atingir preços proibitivos, como é o caso de dois talhos em Darque que foram trocados em 1085 por uma égua”. (Almeida, 2005).


Referências Bibliográficas:

Almeida, C. B. (2005). A exploração do sal na costa portuguesa a Norte do Rio Ave. In: Da Antiguidade Clássica à Baixa Idade Média. Actas do I Seminário Internacional sobre o sal português. Instituto de História Moderna da Universidade do Porto, Porto, p. 137-170

Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 560 p.

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E tudo o vento levou

Formação de dunas eólicas

Dunas são formas de relevo, ou geoformas, que se desenvolvem a partir do movimento de sedimentos impulsionados por um fluido, normalmente ar ou água (esq. A).

O transporte dos sedimentos conduz à formação de elevações, mais ou menos rítmicas, constituídas por duas faces. A face da elevação, de frente para o vento (face a barlavento) tem menor inclinação, sendo a face contrária (face a sotavento) mais inclinada. A crista da duna separa as suas duas faces. Na face a barlavento ocorre erosão e mobilização dos sedimentos, enquanto na face a sotavento ocorre a sua deposição. Esta ação continuada resulta no movimento, ou migração, da duna no sentido a favor do vento. Esta migração mantém-se enquanto houver condições, nomeadamente a ação do vento, a disponibilidade de sedimentos e a ausência de obstáculos que impeçam o transporte dos sedimentos.

Tipos de dunas

Quanto à morfologia, as dunas podem ser classificadas, de modo simplificado, em seis grandes grupos, com base na forma, número de faces e direção do vento (esq. B).

Dunas transversais – formam-se quando há areia em abundância. Vistas de cima, estas dunas apresentam cristas paralelas ou levemente curvadas e alinham-se perpendicularmente relativamente à direção de vento dominante. Há uma relação próxima entre a altura da duna, a sua largura e o espaço entre cristas. Os sedimentos das dunas transversas originam uma estratificação entrecruzada que é preservada ao mesmo tempo que a duna migra. As dunas transversas representam cerca de 40% das dunas existentes a nível global.

Dunas lineares ou longitudinais – são formadas em áreas com fornecimento limitado de sedimento, mas com presença de vento forte. As partes mais alongadas destas dunas são paralelas à direção do vento. Estas dunas são normalmente inferiores a 4 metros de altura, mas podem estender-se por vários quilómetros. Nos grandes desertos, por exemplo, estas dunas podem atingir 100m de altura e estenderse por 120km de distância.

Dunas barcans (barchans) e barcanóides – formam-se na ausência de vegetação, com vento de direção dominante com pequenas variações e com aporte limitado de sedimento. As barcans ocorrem como dunas isoladas, em forma de crescente, com uma face côncava bem marcada e pontas em forma de corno que se desenvolvem para sotavento. Se as condições de vento forem relativamente constantes, podem migrar grandes distâncias sem que haja mudanças significativas na sua forma. A maioria das barcans tem um perfil convexo e a sua altura é tipicamente 1/10 da sua largura. Se o aporte de sedimento aumentar progressivamente, as dunas barcans podem progressivamente formar dunas barcanóides ou mesmo dunas transversais. Tal como nas dunas transversais, também as dunas barcanóides dão origem a estratificação entrecruzada. As barcans representam apenas uma pequena percentagem das dunas existentes globalmente.

Dunas parabólicas – são comuns na maioria dos ambientes costeiros de costa baixa e arenosa em ambientes semi-áridos. As dunas parabólicas são caracterizadas pela forma em U em que as pontas ou caudas da duna que ficam para trás são paralelas e encontram-se parcialmente cobertas de vegetação. A parte mais frontal, também designada por “nariz” da duna avança mais que estas pontas. A condições de formação destas dunas ainda não são completamente compreendidas, mas parece estar associada à presença de vegetação com desenvolvimento moderado, um regime de vento forte e predominantemente unidirecional, e um aporte razoável de sedimento. As dunas parabólicas fazem lembrar as dunas barcans mas com as pontas a apontarem na direção oposta. A duna pode ser ancorada por vegetação.

Dunas em estrela – são caracterizadas por apresentarem um tamanho considerável, na ordem dos hectómetros, forma piramidal e pontas ou braços radiantes e curvados. As faces basais das dunas em estrela consistem num perfil suave e amplo. São das maiores dunas em muitos desertos, podendo atingir alturas de mais de 300 metros. Possuem normalmente um maior volume de areia relativamente aos outros tipos de duna. Estas dunas estão associadas a locais com grande disponibilidade de sedimento e com direções de vento muito variáveis, em especial na altura em que ocorre o transporte. Possuem um pico central com forma piramidal, a partir da qual se prolongam, de forma radial, diversas pontas ou braços, possuindo o conjunto diversas faces.

Já quanto à mobilidade, as dunas podem ser estacionárias ou migratórias. Nas dunas estacionárias, a areia deposita-se em camadas sucessivas que acompanham o perfil exposto da duna, criando uma estrutura interna estratificada. Embora, a sotavento da duna, possa ocorrer forte turbulência gerada pela passagem do vento, as partículas de areia permanecem agregadas aos estratos em formação a barlavento, o que tende a impedir o movimento da duna. Os fatores que contribuem para a mobilidade da duna podem ser o aumento da humidade, a existência ou aparecimento de obstáculos internos (blocos de rocha, troncos etc.), ou desenvolvimento de vegetação associada à duna.

Nas dunas migratórias, os sedimentos deslocam-se pela face a barlavento e precipitam-se na face a sotavento, levando à migração da duna. A intensidade deste movimento é variável, dependendo da intensidade do vento, da disponibilidade de sedimento, da existência de obstáculos, entre outros. A migração das dunas pode gerar problemas, como, por exemplo, o assoreamento de corpos de água ou o soterramento de campos agrícolas ou estruturas edificadas.

Dunas fósseis - são dunas consolidadas ou paleodunas, e representam estádios de desenvolvimento posteriores à formação e mobilidade da duna. Este processo pode ser curto, correspondente à consolidação das dunas por cessação da ação do agente de transporte ou por proteção do sedimento da duna por cobertura vigorosa de vegetação. Em estádios mais avançados, que podem durar vários milhares de anos, pode ocorrer a litificação da duna, mas mantendo-se as respetivas estruturas sedimentares. Essa litificação pode dever-se à formação de um cimento calcário resultante, por exemplo, da dissolução de fragmentos de conchas constituintes da areia, ou por percolação de carbonatos no seio do sedimento, transportados pela água.

No Monte do Galeão ocorrem quatro patamares a altitudes de 50 m (superfície de Vila Fria), 75 m (superfície de Ola), 100 m (superfície de Faro de Anha) e 160 m (superfície de Além do Rio). Entre os séculos XVI e XIX, condições de clima mais frio conjugadas com a falta de vegetação, favoreceram o transporte de areia até ao topo do Monte do Galeão (esq. C).

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Dunas Trepadoras do Faro de Anha

O Monumento Natural Local corresponde à vertente NE do maciço de Galeão (57 ha), localizado na margem esquerda da foz do Lima. Nesta área estão preservadas três superfícies de aplanamento: Superfície de Vila Fria (50 m), Superfície de Ola (75 m) e Superfície de Faro de Anha (100 m) (Carvalhido, 2012). Estas superfícies encontram-se regularizadas por depósitos arenosos, bem calibrados, preservando estratificação entrecruzada e laminação cruzada por ripples de corrente (Carvalhido, 2012, 2014a, 2014b, 2014c).

As Areias de Galeão são areias dunares depositadas no culminar da crise climática da Pequena Idade do Gelo (Mínimo de Dalton) (datação radiométrica indica deposição entre os anos de 1780 e 1800). A estratificação entrecruzada típica desta unidade é nítida em alguns setores, embora por vezes sejam só observáveis feixes de baixo ângulo (Carvalhido, 2012, 2014). Os dados da morfometria e morfometria comprovam a origem eólica dos depósitos, constituídos por grãos de feições roladas a sub-roladas, com superfícies picotadas e boleadas-brilhantes . As condições de fraca humidade, associadas aos fortes ventos que se terão feito sentir durante o Mínimo de Dalton, terão sido responsáveis pelo transporte e posterior regularização eólica das superfícies de Galeão. Apesar do conteúdo carbonatado das Areias de Galeão, a idade recente, a fraca espessura dos depósitos e as condições de frio (propícias à dissolução de carbonatos) terão impedido a sua consolidação. As memórias paroquiais são um espólio com potencial de exploração nesta temática (e.g. desaparecimento da freguesia de Aster sob as areias dunares). A base da unidade das Areias de Galeão 5 (primeiros 20 cm) conserva clastos de granito de grão médio a fino, de duas micas e biotítico (MPS=20 cm), subangulosos (Carvalhido, 2012).

Sob as areias dunares ocorre a unidade litostratigráfica Areias da Ribeira da Areia, que correspondem às condições de disponibilidade hídrica que antecedem o Mínimo de Maunder, que constitui o período de plena instalação da Pequena Idade do Gelo na Europa. Os depósitos-tipo conservam alguns de sets de ripples frontais com estrutura interna preservada – lâminas frontais tangenciais a sigmoidais, inclinadas para NE e lâminas dorsais de contrafluxo. A datação OSL dos depósitos revelou instalação entre os anos de 1590 ao 1650 (Carvalhido, 2012, 2014c).

Os dados radiométricos disponíveis, o contacto estratigráfico em involução e os clastos decacentimétricos de granito de grão médio, de 2 micas, angulosos, na transição entre os dois níveis, permitem deduzir a associação dos depósitos com evolução climática até à instalação do Mínimo de Maunder: o nível inferior está associado a um meio com água líquida disponível, associado a correntes (Areias da Ribeira da Areia), a degradar os depósitos eólicos a cotas superiores, transitando, posteriormente, para condições frio (observam-se indícios de crioturbação na transição entre as duas unidade), de ventos fortes mas pouco húmidas (Mínimo de Maunder) (Areias de Galeão) (Carvalhido, 2012).


Referências Bibliográficas:

Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 564 p.

Carvalhido, R.; Pereira, D. & Cunha, P. (2014a) – Depósitos costeiros quaternários do noroeste de Portugal (Minho - Neiva): caracterização datação e interpretação paleoambiental. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 605–609.

Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014b) – Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.

Carvalhido, R.; Pereira, D; Cunha, P.; Buylaert, J. & Murray, A. (2014c) Characterization and dating of coastal deposits of NW Portugal (Minho-Neiva area): a record of climate, eustasy and crustal uplift during the Quaternary. Quat Int, 328-329: 94–106

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PEQ 2 - Percurso Equestre Lanheses-Montaria (Serra de Arga)

Partindo desde a margem direita do rio Lima, junto ao cais onde outrora acostavam as embarcações vindas do “lugar da passagem”, este percurso equestre realiza a subida da vertente meridional da Serra de Arga, em direção à aldeia serrana da Montaria.

Ao longo desta pequena rota, com aproximadamente 13 km, os contrastes paisagísticos são notórios, refletindo a adaptação humana a condições ambientais díspares. Se as áreas aplanadas de fundo de vale acolhem um modelo de povoamento disperso, onde apenas sobressaem núcleos de maior importância histórica, como é o caso de Lanheses, à medida que ascendemos em altitude, modifica-se o movimento do relevo, influenciando a aglomeração dos núcleos rurais e os sistemas produtivos.





Ficha Técnica PEQ2 - Percurso Equestre Lanheses-Montaria (Serra de Arga):

Duração: 4h00m

Distância: 13 km

Cota inicial: 3m

Cota máxima Atingida: 290m

Cota mínima Atingida: 3m

Grau de Dificuldade: Fácil

Categoria: Linear

Ponto de partida: 41.727306, -8.675678


Folheto informativo: PEQ 2 - PERCURSO EQUESTRE LANHESES - MONTARIA (SERRA DE ARGA)

Rota para download em formato KMZ: KMZ_PEQ2 PERCURSO EQUESTRE LANHESES - MONTARIA (SERRA DE ARGA)

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PR17 - Trilho do Monte Galeão

O trilho do Monte Galeão é um percurso pedestre denominado de pequena rota (PR), pelo que a respetiva marcação e sinalização obedece às normas internacionais. A numeração é atribuída pelo Município de Viana do Castelo. Este percurso situa-se na freguesia de Darque, do concelho de Viana do Castelo. Pequeno percurso de montanha muito interessante, pelo facto de atravessar uma mancha de vegetação muito variada e com vistas deslumbrantes sobre o Rio Lima e a cidade de Viana do Castelo.




Ficha Técnica PR17 - Trilho do Monte Galeão

Duração: 2h00m

Distância: 2,43km

Grau de Dificuldade: Moderado

Categoria: Circular

Ponto de partida: 41.677647, -8.793583


Rota para download em formato KMZ: KMZ_PR17 TRILHO DO MONTE GALEAO

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Castro de Moldes

PR13 - Trilho Castro de Moldes

O percurso pedestre do “Castro de Moldes” é um percurso de Pequena Rota (PR), integrado na Rede Municipal de Percursos Pedestres de Viana do Castelo. Trata-se de um percurso marcado e sinalizado segundo as diretrizes internacionais, sendo a numeração do mesmo atribuída pelo Município de Viana do Castelo.

Este percurso situa-se na freguesia de Castelo de Neiva, no concelho de Viana do Castelo e revela a riqueza paisagística, ambiental, patrimonial e arqueológica da freguesia. Para além da paisagem única que este percurso permitem obter sobre o rio, o mar e o monte, destacam-se os indícios de religiosidade nas alminhas, cruzeiros, capelas e a ligação ao Caminho Português da Costa (Caminho de Santiago); os Palheiros de Sargaço; as azenhas, o “Penedo das Chaves”; o Castro de Moldes; a Ponte do Sebastião e a Igreja Paroquial.



Ficha Técnica PR13 - Trilho Castro de Moldes:

Duração: 4h00m

Distância: 11,35 km

Grau de Dificuldade: Fácil

Categoria: Circular

Ponto de partida: 41.623869, -8.795128


Rota para download em formato KMZ: KMZ_PR13 TRILHO CASTRO DE MOLDES

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Moinho do Marinheiro

Moinho do Marinheiro

Trata-se do único moinho da tipologia de velas trapezoidais de madeira que ainda funciona, desde que foi adquirido e recuperado pela Câmara Municipal em 2002, continuando a moer o grão de milho. Este moinho foi construído em 1877 e está classificado como Imóvel de interesse público.

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