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Viana do Castelo erradica espécies invasoras nas ínsuas do rio Lima

Cerca de meia centena de pessoas participaram hoje na primeira operação de erradicação de espécies invasoras nas principais ínsuas do rio Lima, em Viana do Castelo, promovida pelo pelouro do Ambiente da Câmara local.

"O benefício desta ação é recuperar a nossa identidade cénica, que tem um valor económico, a nossa identidade genética. Estamos a pôr em evidência parte da nossa história que as pessoas desconhecem. As pessoas amam o sítio onde estão e, este tipo de iniciativa, liga as pessoas ao território, compromete-as e cria empatia", disse o vereador do Ambiente aos jornalistas, transportados num barco semirrígido, até à ínsua situada em pleno rio Lima.

Ricardo Carvalhido referiu que a área que hoje começou a ser recuperada, tem "um hectare de extensão", encontrando-se infestada "com várias espécies invasoras como acácias, cortaderia selloana, conhecida por erva-das-pampas que impedem a vegetação natural, o tojo e urze, de se desenvolverem".

A iniciativa, integrada no Ano Municipal para a Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, que pretende reflorestar as Áreas de Recuperação Ecológica (ARE) do concelho, contou com a participação de professores e investigadores do Instituto para a Bio-Sustentabilidade (IBS), da Universidade do Minho, em Braga, de técnicos autarquia da capital do Alto Minho, do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) e do Geoparque, entre outros.

Ricardo Carvalhido explicou que aquela ínsua é um dos 13 monumentos naturais do concelho, assim classificados devido ao valor científico que têm para a geodiversidade, sendo alguns também relevantes do ponto de vista da biodiversidade (sítios de importância comunitária da Rede Natura 2000).

Além daquela classificação, o vereador do Ambiente realçou a importância daquelas ilhotas existentes tanto no meio do rio, como junto às margens do Lima, que classificou de "pérolas" do concelho.

"É um local que tem um valor cénico inestimável e que, naturalmente, é um cartão-de-visita de Viana do Castelo", reforçou, estimando que a operação de limpeza esteja concluída dentro de uma semana.

Sublinhou ainda a participação do IBS, "um parceiro essencial para o desenvolvimento do território de ciência e conhecimento que Viana do Castelo tem previsto para o quadriénio 2017-2021".

Já o diretor executivo IBS, Tiago Miranda, frisou as vantagens da ação como forma de "consciencializar os investigadores" envolvidos que, "apesar de trabalharem com o ambiente, muitas vezes, não tem a experiência de colocar as mãos à obra, e participar numa ação com impacto efetivo".

"As pessoas que estão aqui hoje vão sair mais ricas e conscientes do seu papel na sociedade e na proteção do ambiente e isto ganha um efeito de contágio com as pessoas que estão à sua volta", disse.

A ínsua cavalar será a próxima a receber uma ação de erradicação de espécies invasoras para, no dia 19 de junho, ser palco das comemorações dos 160 anos do primeiro voo, em Viana do Castelo, realizado por João Branco a partir daquela ilhota.

"Foi precisamente da ínsua Cavalar, a 19 de junho de 1913, que o avião fabricado por João Branco levantou voo, de uma pista improvisada", explicou o vereador do Ambiente, acrescentando que, na altura, "as margens do rio estavam cheias de gente para ver um marco histórico importantíssimo para aeronáutica de Viana do Castelo".

 

Fonte: Diário de Notícias (Lusa)

 

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