No neolítico, com a introdução da agricultura, há uma mudança de hábitos alimentares, baseada num maior consumo de cereais e um menor consumo de carne, o que criou a necessidade da ingestão de um suplemento de sal que era obtido através do seu consumo direto ou através de alimentos salgados.

Nos tempos pré-históricos o Homem aproveitava o sal que se formava em cavidades naturais das rochas, nos dias de maior calor, mas com o aumento demográfico que se fez sentir, principalmente durante a Idade do Ferro, tiveram que descobrir estratégias e métodos que permitissem fazer face às necessidades da população. Numa forma de imitar a natureza o Homem cavou nas rochas, pias que permitiam uma eficaz evaporação da água para que com alguma rapidez se produzisse o tão importante recurso. As pias foram cavadas na rocha através de um processo de picagem. A sua dimensão é variável, uma vez que são aproveitadas as superfícies disponíveis nas rochas. Também não há uma regra quanto à sua forma, podendo as pias assumir um formato sub-retangular, trapezoidal ou mesmo semicircular.

No que diz respeito à profundidade, estas foram concebidas para conter uma quantidade mínima de água que permitisse uma fácil e rápida evaporação, estimasse que rondariam entre 5 a 10 cm.

Quanto à localização, as salinas estariam acima da linha de preia-mar, evitando que esta as inundasse quando atingisse a cota máxima. Este facto leva-nos a constatar que o modo de funcionamento, consistia num sistema de inundação indireta, segundo o qual os exploradores de sal inundariam as pias com água que transportavam desde o mar. Neste Monumento Natural observam-se pias salineiras, pré-romanas, cavadas em rochas graníticas.