A Camboa do Morgado
As Cambôas, criadas pelo ser humano, constituem elementos do património marítimo e fluvial, e são pesqueiras construídas junto à linha de praia em locais de afloramento rochoso, aproveitado para reforçar estas estruturas.
As Cambôas são vedadas por muros de pedras que ficam submersos na preia-mar (maré alta), quando a maré baixa a água escoa juntamente com o peixe miúdo e outras espécies de pequeno crescimento, através de redes (tranqueiras ou trancadas) colocadas numa porta, chamada “broeira”, aberta do lado das águas, retendo o peixe mais crescido. Na generalidade, as paredes ou “cerco” da Cambôa foram construídas aproveitando a rocha natural, onde se entalavam as pedras em sucessivas camadas (figura 1), dando assim mais resistência às suas paredes.
A Cambôa do Morgado faz parte da coleção de dezenas de Cambôas preservadas no território deste Geoparque, tem de área aproximadamente 1 000 m² e o seu muro de pedra mede cerca de 51 m de comprimento.
No Norte de Portugal as “Cambôas” existiram desde a Idade Média, mas as primeiras referências documentadas às Camboas da então “Viana da Foz do Lima” (atual Viana do Castelo), foram feitas nas inquirições de D. Afonso III, de 1258 (“…cambôa pedrina daan al rey o melior peixe…”), e chegaram como propriedade imobiliária até 1940. Neste ano a legislação portuguesa de proteção às espécies alvo de pesca, considera as cambôas ilegais por não permitirem capturas seletivas, e ordena a sua demolição, levando à sua extinção, deixando atualmente apenas vestígios desta atividade.
Em função da distância a que estão da praia e da área que ocupam, as Cambôas podem ser classificadas em três grupos distintos: designadas por “Cegas”, as Cambôas situadas em zonas de maior profundidade, os “Caxuxos” com dimensões mais reduzidas e as Cambôas propriamente ditas, de grandes dimensões (Carvalhido, 2012, 2014a, 2014b).
Referências Bibliográficas:
Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 564 p.
Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014a) – Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.
Carvalhido, Ricardo (2014b). Processo de classificação dos 5 Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo. Memória Descritiva. Câmara Municipal de Viana do Castelo.
As Cambôas, criadas pelo ser humano, constituem elementos do património marítimo e fluvial, e são pesqueiras construídas junto à linha de praia em locais de afloramento rochoso, aproveitado para reforçar estas estruturas.
As Cambôas são vedadas por muros de pedras que ficam submersos na preia-mar (maré alta), quando a maré baixa a água escoa juntamente com o peixe miúdo e outras espécies de pequeno crescimento, através de redes (tranqueiras ou trancadas) colocadas numa porta, chamada “broeira”, aberta do lado das águas, retendo o peixe mais crescido. Na generalidade, as paredes ou “cerco” da Cambôa foram construídas aproveitando a rocha natural, onde se entalavam as pedras em sucessivas camadas (figura 1), dando assim mais resistência às suas paredes.
A Cambôa do Morgado faz parte da coleção de dezenas de Cambôas preservadas no território deste Geoparque, tem de área aproximadamente 1 000 m² e o seu muro de pedra mede cerca de 51 m de comprimento.
No Norte de Portugal as “Cambôas” existiram desde a Idade Média, mas as primeiras referências documentadas às Camboas da então “Viana da Foz do Lima” (atual Viana do Castelo), foram feitas nas inquirições de D. Afonso III, de 1258 (“…cambôa pedrina daan al rey o melior peixe…”), e chegaram como propriedade imobiliária até 1940. Neste ano a legislação portuguesa de proteção às espécies alvo de pesca, considera as cambôas ilegais por não permitirem capturas seletivas, e ordena a sua demolição, levando à sua extinção, deixando atualmente apenas vestígios desta atividade.
Em função da distância a que estão da praia e da área que ocupam, as Cambôas podem ser classificadas em três grupos distintos: designadas por “Cegas”, as Cambôas situadas em zonas de maior profundidade, os “Caxuxos” com dimensões mais reduzidas e as Cambôas propriamente ditas, de grandes dimensões (Carvalhido, 2012, 2014a, 2014b).
Referências Bibliográficas:
Carvalhido (2012). O Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva): evolução paleoambiental quaternária e proposta de conservação do património geomorfológico. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, 564 p.
Carvalhido, R.; Brilha, J. & Pereira, D. (2014a) – Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo: processo de classificação e estratégias de valorização. Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial III, 1219–1223.
Carvalhido, Ricardo (2014b). Processo de classificação dos 5 Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo. Memória Descritiva. Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Localização
Montedor, Carreço
Coordenadas
Lat: 41,7484075
Long: -8,8780308
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