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Câmara de Viana quer avançar com classificação de geoparque do litoral como património da UNESCO

A Câmara de Viana do Castelo vai avançar, até final de 2017, com uma candidatura à UNESCO para a classificação do geoparque do litoral do concelho como património da humanidade. A informação foi hoje avançada pelo presidente José Maria Costa no final da assinatura do protoloco de desenvolvimento daquele geoparque realizada na sala Couto Viana, na biblioteca municipal. O documento foi assinado entre a Câmara Municipal, o departamento de Ciências da Terra da Universidade do Minho, o departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, a Quercus e o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.

“Todo o trabalho de preparação da candidatura vai ser feito durante o ano de 2017, No final de 2017 estará concluído o dossier de candidatura para a apresentação formal”, afirmou hoje José Maria Costa.

Para o autarca socialista “hoje foi dado o tiro de partida” naquele processo “com a constituição da parceria técnica e científica que vai fornecer os instrumentos de base para formalizar uma candidatura dentro de um ano”.

“São sempre processos de uma grande complexidade. Têm que ser muito bem fundamentados do ponto de vista científico, muito bem alicerçados com as instituições e agentes locais e é isso que estamos a fazer”, frisou.

“Com este projeto pretendemos desenvolver atividades na área formação de alunos e professores e identificar este geoparque como uma oportunidade de turismo ligada à natureza”, referiu.

O autarca revelou ter já reunido com um representantes da UNESCO em Portugal para apresentar o projeto por considerar que se trata de “um património geológico de grande relevância nacional e internacional”.

Em abril passado o projeto do geoparque do litoral de Viana do Castelo foi distinguido com o Prémio Geoconservação 2016 atribuído pelo grupo português da ProGEO e pela Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico.

José Maria Costa acrescentou que no âmbito do desenvolvimento do geoparque do litoral a autarquia “já conseguiu obter a classificação de cinco geosítios e outros dez estão fase de classificação”, todos localizados, predominantemente, na faixa litoral do concelho.

No total, a inventariação realizada nos dois últimos anos pela autarquia identificou 17 locais como potencialmente alvo deste processo de classificação.

O processo de classificação visa conceder a estas áreas “um estatuto legal de proteção adequado à manutenção da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas e do património geológico, bem como à valorização da paisagem”.

O geólogo e responsável científico pelo projeto, Ricardo Carvalhido afirmou que a constituição do geoparque está orçada em cerca de 700 mil euros, financiados por fundos comunitários do Portugal 2020.

A primeira fase do investimento, 350 mil euros “está garantido com a aprovação de uma candidatura apresentada em março passado” e prevê “a instalação, nas proximidades dos monumentos naturais, de infraestruturas interpretativas como painéis, mesas interativas, criação de uma aplicação móvel, de conteúdos que permitem visitas virtuais e um sítio na internet”.

“O concurso público internacional para adjudicação destes infraestruturas vai ser lançado em janeiro de 2017 e tem prazo de execução de dois anos”, explicou.

Ricardo Carvalhido explicou que segunda fase do projeto, “com o mesmo envelope financeiro, vai ser candidatado até 31 de outubro”.

“Com essa segunda fase pretendemos alargar o geoparque a todo o concelho (320 quilómetros quadrados), enriquecer conteúdos com as mais variadas áreas e atualizar a informação sobre o geoparque”, explicou.

 

FONTE: Rádio Alto Minho

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