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Campo de Trabalho Internacional intervém no Monumento Natural Local da Ribeira de Anha para travar espécies invasoras

A Câmara Municipal de Viana do Castelo promove entre 31 de agosto e 3 de setembro, um Campo de Trabalho Internacional “que prevê o controlo de espécies exóticas invasoras no Monumento Natural Local da Ribeira de Anha”.

A iniciativa Campo de Trabalho Internacional – Transition Portugal, da Associação Juvenil de Deão (AJD), conta com a colaboração da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Vila Nova de Anha, envolvendo cerca de 20 voluntários de Portugal, Itália, Brasil e Argentina.

Esta iniciativa “prevê ações de controlo de espécies exóticas com comportamento invasor em prol da promoção da biodiversidade e sustentabilidade dos ecossistemas locais”.

A autarquia informou que a área a intervencionar, o Monumento Natural Local da Ribeira de Anha, “é uma das áreas que irá beneficiar da intervenção financiada pelo POSEUR – Recuperação Ecológica de Áreas Classificadas de Viana do Castelo – no valor aproximado de 500 mil euros, e da intervenção protocolada recentemente com a Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas de Viana do Castelo, para o mesmo fim”.

“As intervenções em curso e projetadas garantirão no final de 2021 a costa de Viana do Castelo livre de vegetação exótica, permitindo o recrudescimento da vegetação nativa”, disse a Câmara de Viana.

O Monumento Natural Local da Ribeira de Anha corresponde à área envolvente à foz da ribeira de Anha com cerca de 41 ha.

Esta área apresenta “elevado interesse científico, associado à preservação de importantes indícios geomorfológicos e estratigráficos”.

No geossítio está presente um depósito conglomerático clasto-suportado, que se deduz, pela relação estratigráfica, posição altimétrica e fácies, constituir o resto de uma praia de seixos do último período interglaciar (125 mil anos).

Este é, até ao momento, registo sedimentar único do Eemiano na costa de Viana do Castelo, a sul do rio Lima.

No monumento, o testemunho litostratigráfico em conjunto com as plataformas costeiras do último período interglaciar posicionam-se até cerca de 1 metro abaixo dos mesmos registos verificados a norte do rio Lima.

Neste sentido, estima-se que a atividade inversa da Falha do Lima terá provocado o levantamento do setor norte do concelho nos últimos 125 mil anos a uma taxa média de 0,008 milímetros por ano.

O penúltimo período interglaciar (245 mil anos) está representado no monumento sob a forma de geoformas de dinâmica costeira, nomeadamente sapas e marmitas.

As pias salineiras de idade pré-romana também surgem neste local.

Fonte: Alto Minho TV

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